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Obra da Cidade Universitária de R$ 700 milhões segue parada


As obras da Cidade Universitária da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) estão paralisadas em Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus. Os serviços iniciados em 2014 deveriam ter sido concluídos há dois anos. Pouco mais de 20% da construção foi executada e o contrato com a construtora foi cancelado. O governo do Amazonas alega falta de recursos e aguarda vendas de ações de companhia de gás estatal para retomar as obras. Atualmente, o estado calcula que os serviços devem alcançar R$ 700 milhões, mais que o dobro do valor do projeto lançado em 2012.

Em 2014, a empresa contratada pelo governo iniciou a construção da estrada de acesso do complexo da Cidade Universitária. A obra orçada em R$ 42.001.780,17 resultou em uma estrada ampla com oito faixas para acesso de veículos até área do marco inicial da construção na altura do KM 7 da AM-070, em Iranduba. Porém, os cinco quilômetros da estrada moderna levam a uma obra sem data de conclusão.

A Rodovia Manoel Urbano (AM-070), que liga Manaus aos municípios da região metropolitana, também é caminho para a Cidade Universitária. No local, o que se encontra é uma construção totalmente paralisada, onde, há dois anos, a primeira etapa da maior obra de educação superior do estado deveria ter sido concluída.

Orçamento milionário

Os primeiros prédios que abrigarão a Reitoria da UEA, biblioteca e refeitório custarão R$ 81.975.660,10. A construção da primeira etapa da Cidade Universitária iniciou em junho de 2014 e deveria ter sido concluída em abril de 2015, mas a execução foi interrompida há dois anos.

O G1 esteve na Cidade Universitária e constatou que não há operários trabalhando no local. O que se viu foi uma série de edificações inacabadas, que, pouco a pouco, sofrem com desgaste do tempo sob sol e chuva, que apresentam infiltrações nos pavimentos dos prédios. Com serviços paralisados, os pilares construídos têm sido usados como abrigo por urubus. Até a estrutura que isola o canteiro de obras ruiu parcialmente deixando livre o acesso ao terreno.

O governador do Amazonas, José Melo (PROS), atribuiu a paralisação das obras da Cidade Universitária à falta de recursos. Para execução do projeto da Cidade Universitária, seriam vendidos os 17% das ações que o estado detém da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás). O governo pretende colocar em prática a proposta e obter recursos para a retomada da construção com a privatização da Cigás.

"Especificamente, a obra da UEA envolve algo em torno de R$ 700 milhões. Desde que nós assumimos o governo dissemos que aquela obra seria retomada com a venda da Cigás. Acontece que o barril do petróleo estava a US$ 168 e de repente foi para US$ 28. Demos uma paradinha porque se colocássemos a venda nossas ações da Cigás seriam compradas por um preço muito barato. Mas agora o barril voltou a casa dos US$ 68, então já constituímos uma comissão, vamos lançar agora as ações no mercado para conseguirmos os recursos e retomar as obras que são importantes para o futuro", afirmou Melo.

Segundo a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), foram executados 60,14% da obra de implantação da infraestrutura básica, que compreendem os serviços de terraplanagem, drenagem, esgotos, pavimentação, iluminação, paisagismo e sinalização, dentre outros.

“Os trabalhos iniciados no contrato de implantação de infraestrutura foram de terraplanagem, pavimentação, drenagem, rede de abastecimento de água e de esgoto. No contrato referente à construção dos prédios temos computadas as obras das fundações, superestrutura e impermeabilização dos dois prédios previstos para esta etapa. Os serviços a cargo da construtora ETAM são os de terraplanagem, pavimentação, drenagem, iluminação, rede de abastecimento de água, poço artesiano, reservatório apoiado e elevado, estação de esgoto, paisagismo e sinalização de todas as vias e quadras que compõem o campus universitário”, explicou em nota a secretaria.

Um total de 20,77% das obras de construção dos prédios da Reitoria, Biblioteca e Refeitório foi executado. De acordo com a Seinfra, já foram utilizados R$ 17.031.510,95 nas obras de construção dos três prédios. O segundo contrato foi cancelado pelo governo. “Devido à falta de dotação orçamentária proveniente do Governo Federal, o contrato foi distratado em abril de 2016. Sobre o reinício das obras o Governo do Amazonas está em negociação com a CAF para definir a retomada das atividades”, afirmou a Seinfra, que descarta alterações no projeto original.

FONTE: PORTAL G1


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