Preço do pescado deve cair em Manaus durante Semana Santa

Os preços do pescado ofertado durante a Semana Santa deste ano devem sofrer baixa devido ao aumento da quantidade de peixe nos rios. Somente durante a edição deste ano do Feirão do Pescado, da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), serão disponibilizadas 700 toneladas da mercadoria, 16% a mais do que em 2016. As espécies de rio, por sua vez, registraram aumento de 10%, de acordo com os feirantes.
Nas feiras da Manaus Moderna e da Panair, os vendedores sentem falta de espécies que se encontram na entressafra, cujos preços estão elevados por conta da escassez, mas comemoram o retorno de outros peixes como o tambaqui, que saiu recentemente do regime do seguro-defeso e até ficou mais barato.
O vendedor Edmundo Sales, 48, que comercializa tambaqui e pirarucu, disse que as vendas estão satisfatórias e o preço está mais barato. Segundo ele, uma unidade de tambaqui de quatro quilos custa entre R$ 30 e R$ 40. Os preços baixaram em razão do crescimento da oferta de espécies de rio, como o tambaqui, que foi liberado do regime do seguro-defeso, no último dia 30 de março. “Depois que o tambaqui saiu do defeso, as vendas melhoraram porque isso ajudou a diminuir o preço para a gente e também para o freguês”, informou.
Outro peixe que teve redução no valor, segundo Sales, foi o matrinxã, uma das espécies mais populares no Amazonas. Com a oferta em alta, o preço caiu pela metade na feira da Manaus Moderna. A unidade, que antes custava R$ 20, agora pode ser comprado a R$ 10 e até R$ 8. “As espécies maiores, os chamados peixes grandes de rio antes custavam R$ 120 e agora saem por até R$ 60”, completou.
A doméstica Adassa Souza, 31, que estava na feira da Manaus Moderna à procura de tambaqui e matrinxã, afirmou que não faz estoque para a Semana Santa, pois tem o costume de comer peixe frequentemente. Ela discorda dessa diminuição nos preços e constata que na época da Semana Santa sempre há elevação no valor de compra de pescado. “A maioria das pessoas não come carne nesse período e concentra-se no peixe. Por isso, algumas espécies têm aumento no preço até 15% nas feiras”, observou.
Na feira da Panair, o vendedor Paulo Ricardo, 29, defende que quando algumas espécies ficam com o preço mais alto por conta da proximidade da Semana Santa não é por intenção dos vendedores para lucrar mais e, sim, devido a escassez dessas espécies. “Não podemos vender mais barato porque compramos mais caro do terminal pesqueiro. Até chegar às mãos do pescador no mercado, o peixe passa por muitos processos que encarecem o produto”, contou. O vendedor só trabalha com pirarucu seco e fresco, que sai a R$ 25 o quilo do filé e R$ 20 o quilo da ventrecha.
FONTE: EM TEMPO