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Quase 300 drogarias estão irregulares no Amazonas


Um levantamento realizado na última semana pelo Conselho Regional de Farmácia do Amazonas (CRF-AM) indicou que 286 drogarias operam com irregularidades no Estado.

Entre as principais ocorrências registradas está o descumprimento da lei 13.021, que transforma a farmácia em estabelecimento de saúde e reitera a obrigatoriedade da presença permanente do farmacêutico no local. Outras irregularidades constatadas durante as vistorias foram a falta de certidão de regularidade e a ausência de registro de funcionamento.

Segundo o CRF, o número de farmácias regulares no Amazonas chega a 926 e o de distribuidoras de medicamentos, a 65. Atualmente, cerca de 3 mil farmacêuticos atuam no mercado privado e público.

O estudo também aponta as zonas Norte e Leste da capital como os locais com os maiores casos de estabelecimentos clandestinos.

A presidente do CRF-AM, Ednilza Guedesm explica que a atuação irregular desses estabelecimentos é prejudicial à saúde pública no Estado e pode levar riscos à população. “Nossa equipe do conselho intensificou as buscas daqueles estabelecimentos clandestinos. Pois, muitas dessas drogarias não possuem um farmacêutico capacitado operando. Os proprietários dos estabelecimentos não querem fazer investimentos nestes profissionais, apenas querem visar retorno financeiro e lucro. Mas, as pessoas estão correndo risco de usar um medicamento de qualquer maneira sem saber”, afirmou. No momento da fiscalização é lavrado o auto de infração e encaminhado o relatório de clandestino para a Vigilância Sanitária para a interdição do local.

Conforme Ednilza, um dos casos mais preocupantes são as procuras por medicamentos utilizados para o aborto, que através de falsos farmacêuticos são aplicados em mulheres e muitas vezes em adolescentes menores de idade. “Existe a preocupação com as mulheres que procuram farmácias para viabilizar aborto com uso de medicamentos aplicados, muitas vezes, por recepcionistas e atendentes. Com as irregularidades em funcionamento, muitos desses problemas são comuns. A nossa vigilância tem o poder do lacre, após a vigilância e denúncias para esses tipos de casos é instaurado um inquérito policial e os relatórios são enviados aos órgãos competentes”, disse Ednilza.

Outro problema a ser sanado pelo CRF trata-se do alto consumo de anabolizantes por parte dos jovens. Ela cita que as fiscalizações também servem para amenizar os procedimentos ilegais de uso deste tipo de medicamento. “Enquanto o estabelecimento estiver aberto, deve ter um farmacêutico para coibir essas ações. Um jovem de 20 anos, por exemplo, pode chegar para comprar um anabolizante, pode consultar um farmacêutico, mas é preciso um especialista para fazer esse tipo específico de prescrição. Esses tipos de usos ilegais também geram uma certa preocupação para o conselho”, salientou Guedes.

Denúncias

Denúncias podem ser feitas através da página do Conselho Regional de Farmácia do Amazonas (CRF-AM) no Facebook e site oficial do órgão. “A população precisa nos ajudar com a conscientização, nos procurando e denunciando. Pois é para o próprio bem de todos. A mesma medicação que cura é a mesma que mata”, alertou Ednilza Guedes.

As fiscalizações continuam sem aviso por parte do CRF. “Tanto no interior como na capital estamos visitando semanalmente as farmácias e drogarias. É preciso chegar de surpresa”, explica. Além dos funcionamentos irregulares, Ednilza enfatiza a importância da população não comprar medicamentos em mercadinhos e feiras.

“Precisamos seguir critérios. Pode até ser um simples remédio, mas todos precisam ser vendidos por meio da prescrição de um farmacêutico. Apenas estabelecimentos farmacêuticos podem vender remédios. Infelizmente, tem pessoas que não sabem disso”, disse.

Campanha

Além de fazer vistorias periódicas, o CRF também realiza campanhas aliada a iniciativas nacionais. A próxima ação está prevista para o dia 5 de maio, data em que é comemorado o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos e vai alertar a população sobre os perigos do uso de medicação sem prescrição médica.

FONTE: EM TEMPO


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