'Tinha uma vida pela frente', diz pai de jovem morto por vigilante de aeroporto

O pai do estudante Isaque Jorge da Silva Correa, de 17 anos, assassinado com um tiro disparado por um segurança que presta serviços no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, disse que espera por justiça pela morte do filho. O adolescente comemorava com amigos o aniversário, quando foi abordado e baleado em um posto de combustível situado em frente ao aeroporto. O vigilante teria deduzido que o jovem estivesse armado.
"Quero providência porque ele tirou a vida de uma pessoa de 17 anos, que tinha uma vida pela frente", disse o pai Fabrício Jorge Correia Neves à Rede Amazônica.
De acordo com a família da vítima, Isaque Jorge estava com amigos na lateral do posto quando outros colegas chegaram ao local pedindo ajuda para empurrar uma motocicleta. Testemunhas relataram que o segurança teria saído da guarita e se dirigido ao posto e abordado os rapazes, dando ordem para que eles se rendessem. Os jovens atenderam a ordem, mas o vigilante disparou contra o adolescente, que foi atingido com tiro na nuca. Segundo testemunhas, depois que o jovem foi ferido, o segurança continuou ameaçando os amigos do jovem.
Divorciado da mãe de Isaque, o pai do jovem contou que os dois estavam se preparando para morar juntos. Isaque iria se mudar para a casa do pai na segunda-feira (13). "Ele ia morar comigo. A gente estava se preparando para transferir ele para um colégio mais próximo de onde eu moro. Segunda-feira ele iria para lá comigo, e ele morreu", disse. Neves pediu justiça. "Nem policial tem esse poder de atirar em uma pessoa. Um vigilante não poder tirar a vida de outra pessoa. Quero que as autoridades olhem por esse caso e, pelo menos, façam justiça pela minha família, pelo que aconteceu com meu filho", declarou. Segurança preso A equipe de policiais militares da 20ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) que estava em patrulhamento na avenida Santos Dumont deteve o segurança, que foi levado para prestar esclarecimentos no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP). O vigilante foi preso, em flagrante, e até manhã deste domingo permanecia detido. O G1 procurou a Polícia Civil para verificar o caso, mas funcionários do 19º DIP não passaram informações.
Procurada pela reportagem, a Infraero disse que está apurando o caso e que deve se pronunciar posteriormente sobre o envolvimento do segurança de empresa terceirizada na morte do jovem.
FONTE: PORTAL G1