Cheia deste ano está acima da média e deve superar números de 2016

O nível do rio Negro, em Manaus, apresenta uma redução do ritmo de subida, porém segue acima da média para a época, com 5,54 metros acima do registrado na mesma data de 2016. Ontem, a cota do Negro atingiu 25,22 metros – 28 centímetros abaixo da registrada no dia 20 de fevereiro de 2012, ano da maior cheia na capital.
Para o chefe do Serviço de Hidrologia no Porto de Manaus, Valderino Pereira da Silva, ainda não é possível prever se a cheia de 2017 será igual a de 2012, mas, com certeza, será maior que a de 2016, garante ele. “Temos que esperar um pouco para fazer essas previsões, mas se o comportamento do rio se mantiver, subindo de 4 a 5 centímetros por dia, não tenho dúvidas que teremos uma enchente maior que a do ano passado, mas dizer que será uma grande cheia é precipitado”, afirmou.
A Defesa Civil do município está fazendo um levantamento das áreas com risco de alagamentos para a construção de pontes.
A previsão é que as pontes comecem a ser construídas a partir da divulgação do primeiro alerta de cheia pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), no dia 31 de março. De acordo com o secretário da Defesa Civil de Manaus, Cláudio Belém, a equipe do órgão está indo aos bairros da área central verificar as condições do acesso e o nível que água deve atingir para saber a extensão da ponte que será construída no local. “Começamos por Presidente Vargas e Educandos”, informou.
Interior
No interior do Estado, dois municípios estão em situação de emergência, cinco em alerta e sete em atenção por causa da subida dos rios. A Defesa Civil do Amazonas enviou 12 toneladas de ajuda humanitária para Guajará e Ipixuna, onde 2.562 famílias foram afetadas pela cheia do rio Juruá. A previsão é que os alimentos não perecíveis e os medicamentos comecem a ser distribuídos esta semana para moradores dos dois municípios em situação de emergência.
Todas as calhas estão em processo natural de enchente, sendo que com chuvas acima da média. De acordo com o meteorologista Gustavo Ribeiro, do 1º Distrito de Meteorologia AM/AC/RR, um possível motivo para que as precipitações estejam acima da média nos últimos meses em algumas regiões do Estado, incluindo a capital, é que estamos sob a influência do Fenômeno La Niña de fraca intensidade, que na região favorece a formação de nuvens e por consequência o aumento no volume das chuvas.
Meses mais chuvosos
Dezembro de 2016 e janeiro de 2017 foram os meses mais chuvosos dos últimos cinco anos em Manaus, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No primeiro mês choveu 518,8 mm e no segundo 402,1 mm, quando o normal seria de 179 a 293 mm em dezembro e de 235 a 350 mm em janeiro.
FONTE: ACRITICA