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Escolas Públicas Comandadas pela PM se destacam por bons indicadores


Quatro escolas do Estado, localizadas em áreas de risco, receberam destaque por oferecer ensino de qualidade para alunos de baixa renda, em 2015. Mesmo com as adversidades, as instituições avaliadas pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Fundação Lemann ‘utilizaram a criatividade, inovação e disciplina’ para mudar a realidade dos estudantes que moram em áreas de zona vermelha de tráfico de drogas.

Dados da pesquisa ‘Excelência com Equidade – Os desafios dos anos finais do ensino fundamental’, desenvolvida pela Fundação Lemann para avaliar a qualidade da educação no período do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, apontaram que em todo o Brasil, a Escola Estadual Professor Waldock Fricke de Lyra 1, localizada no bairro São Pedro, zona oeste da capital, foi a única da Região Norte que alcançou resultados positivos, segundo os critérios utilizados na pesquisa.

Segundo o estudo, o ‘alto percentual’ de alunos com aprendizado adequado em Português e Matemática na Prova Brasil 2013, garantiram o resultado positivo. Conforme o levantamento, 58% dos estudantes tiveram conhecimento adequado em Língua Portuguesa e quase metade, 48%, conseguiu ser bem avaliado na disciplina de Matemática.

Na composição do grupo pesquisado, 35 escolas ao todo, o primeiro critério utilizado foi o baixo nível socioeconômico dos alunos. Todas as instituições pertenciam a apenas duas das grandes regiões do País,

Nordeste e Sudeste. As únicas exceções foram as escolas de Manaus, que obtiveram destaque por seu funcionamento com gestão militar, e uma do Mato-Grosso do Sul.

A Escola Estadual Waldock Fricke de Lyra, antes de ser assumida pela Polícia Militar (PM), segundo o atual diretor da instituição, major Alysson Lima, estava depredada e marginalizada.

Ele relata que eram constantes as ameaças contra os professores que não conseguiam mais ministrar aulas e, em decorrência disso, a demanda pela intervenção partiu da comunidade para que a administração fosse militarizada.

Foi a partir da disciplina militar que a escola foi, na avaliação do comandante da instituição, avaliada positivamente pela pesquisa da Fundação Lemann.

Na escola, 12 policiais atuam como ‘disciplinadores’ nos três turnos de aulas. O colégio é mantido com verbas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), os professores também fazem parte do quadro da Seduc e apenas a direção e o projeto político-pedagógico é mantido pela PM.

Antes da ocupação da polícia na instituição, o diretor relata que foi feito um estudo sobre a área, a estrutura do colégio e um levantamento sobre a criminalidade na região.

“Quando nós viemos para cá a PM e a Polícia Civil (PC) fizeram a diminuição dos índices de criminalidade para devolver a sensação de segurança para a comunidade. Hoje, abriram vários comércios e cursinhos no entorno do colégio. Isso mostra que a transformação não ocorreu somente no interior da escola, mas para toda a redondeza”, disse.

Segundo ele, os alunos passaram a cumprir a exigência de vir adequadamente uniformizados, conforme a metodologia militar, com cabelos bem presos para as mulheres e cabelo curto para os alunos. Na avaliação do major, essa mudança trouxe um impacto sobre como seria a gestão do colégio.

“A questão disciplinar ligada ao uniforme, cabelo cortado, sem batom e sem unha pintada faz parte da disciplina. O aluno que descumpre perde pontos em comportamento e não repete a situação, porque ele sabe que vai ser punido”, explicou.

“Nós não passamos a mão na cabeça de ninguém, de pai nenhum. Os alunos que não iam para a escola, que faltavam nós chamamos o Conselho Tutelar para ver o que está acontecendo, claro que antes sempre é conversado com o pai, mas eles não podem deixar que o filho não vá para a escola”.

A cobrança do comportamento, assiduidade, participação e comprometimento também é avaliado na instituição.

Segundo Lima, os alunos ingressam na instituição com a pontuação 8 e, no decorrer do ano letivo, se apresentar bom comportamento, ganha centésimos ou décimos. Em contrapartida, os que apresentam comportamento ruim perdem pontos que podem fazê-lo perder a vaga no ano letivo seguinte.

“O acompanhamento escolar é importante. Quando a pontuação está insuficiente, questiono os pais: o senhor não mudou o comportamento do seu filho, o senhor tirou o celular ou o video game dele? Está colocando para ele estudar em casa? O pai sabe que se o filho não mudar não vai ficar na escola vai perder a oportunidade numa escola pública boa”, disse.

Quando assumiram a instituição, o major relata que um galpão próximo foi alugado para que todos os alunos com baixo rendimento estudassem no contraturno, para recuperar o conteúdo ministrado em aula.

Atualmente, com o nivelamento dos alunos, o galpão não foi mais necessário, mas continua sendo obrigatório o estudo no contraturno para os estudantes que apresentarem notas baixas.

Cursando o 8º ano do Ensino Fundamental na escola estadual, o estudante Yuri Macedo, 13, conquistou, em julho deste ano, a medalha de ouro na última edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).

“O segredo de tudo isso é disciplina. Colocamos os professores para dar aula, demos condições para eles prepararem boas aulas e hoje temos alunos que nunca pensaram em cursar uma faculdade e estão hoje numa universidade federal”, disse.

FONTE: D24AM

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