No Dia Mundial da Internet Segura, delegada cita cuidados para uso seguro da internet

Vivemos em um mundo cada vez mais conectado e compartilhar fotos e informações do cotidiano é rotina para muitas pessoas. Entretanto, ter cuidado na divulgação de dados e até localizações é fundamental para manter a própria segurança e dos familiares. Nesta terça-feira (7), comemora-se o Dia Mundial da Internet Segura, que no Brasil é promovido pela organização não-governamental Safernet com o apoio do Ministério Público Federal (MPF).
A data chama a atenção dos usuários para a utilização da internet de modo consciente, ético e com respeito aos direitos humanos, uma vez que, conectados, os internautas ficam vulneráveis a todo tipo de crime.
Muitas crianças, por exemplo, são vítimas de pedofilia e pornografia infantil por meio da internet. A delegada titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Juliana Tuma, explicou ao G1 alguns cuidados que as famílias precisam adotar para preservar a segurança dos pequenos.
Para a delegada, a internet carrega um perigo para a segurança de crianças e adolescentes, dependendo da forma que é usada. Para que perigos sejam evitados, Tuma alertou que os pais precisam ter controle e fiscalizar o que os filhos acessam na internet.
"É imprescindível que isto aconteça. A internet pode vir a ser mais perigosa do que um parque de diversões ou uma praça. Na internet, as crianças podem ser levadas para o tráfico, conteúdos com conotação sexual, abuso ou até exploração por parte de terceiros, mal intencionado", disse.
De acordo com a delegada, a Depca costuma registrar casos de crimes praticados no ambiente web. "Jovens que têm perfis em redes sociais com menos de 18 anos, que encontraram o seu algoz na internet, inclusive levando até á crimes sexuais, são as principais ocorrências que recebemos envolvendo a web", disse.
Outra situação bastante recorrente, segundo Tuma, é superexposição de crianças em redes sociais. Para a delegada, é preciso ter cuidado com o modo como os pequenos são retratados.
"Mostrar a rotina de um filho ou a escola que estuda, por exemplo, a pessoa está chamando perigo. É importante ter cuidado. Isso pode chamar atenção de criminosos e até pedófilos. Não é possível saber que tipo de pessoa está olhando a foto", comentou Tuma.
Cautela A jornalista Érika Sales, de 30 anos, é mãe de Isaac Nicolas, de 4 meses. Ela é uma das muitas mães que gostam de fotografar, gravar vídeos e compartilhar cada ato novo do filho. Entretanto, a preocupação com o alcance das postagens também acompanha a jornalista.
"Eu evito compartilhar a localização de onde as fotos foram feitas e me preocupo com fotos que exponham o corpo dele nu. Meu marido é bem mais cauteloso que eu e ele nem posta, prefere somente compartilhar as postagens feitas por mim. Minha família também não publica nada porque sabem do cuidado que eu tenho e exijo que eles tenham com nossa família e, principalmente, com o nosso bebê", afirmou.
Érika diz que acompanha casos de pornografia infantil facilitados pela exposição de crianças nas redes e isso a norteia para não divulgar mais informações do que julga necessário.
"O medo de passar constrangimento em ver algo nosso sendo viralizado é sempre meu pensamento antes de postar algo meu e da família. Temo que as pessoas confundam uma postagem como uma divulgação. Na verdade, postamos as coisas, principalmente as do bebê, para que a família e os amigos possam também acompanhar o crescimento e desenvolvimento dele, e não em busca de curtidas e compartilhamentos", completou.
FONTE: PORTAL G1